(Cybele Meyer)Para que haja uma aula o professor primeiramente necessita optar pela área que irá trabalhar e em seguida escolher o tema. Até aqui nada de novo. Isto acontece com todos os professores não importando o nível em que vá atuar.
O que irá fazer a diferença será a forma como este profissional conduzirá a aula. Não existe uma fórmula para se aplicar ou um roteiro para seguir em sala de aula. O que existe, na verdade, é a criatividade do professor e a sintonia que deverá existir entre ele e os alunos.
O professor, em primeiro lugar, tem que amar o que faz. Tem que entrar diariamente na sala de aula como se estivesse entrando num lugar mágico. Tem que estar sempre com a expressão tranqüila, serena. A fisionomia do professor é o termômetro do aluno. Aquele que pensa que cara feia impõe respeito está muito enganado, o que realmente ocorre é um momento de alerta, por parte do aluno, para saber no que resultará esta ?cara feia?.
O professor também não deve ser previsível, ele tem sempre que surpreender.
O não saber como será a aula hoje, desperta um profundo interesse por parte do aluno. A aula deverá ser conduzida de forma que todos interajam e desta forma cheguem ao resultado pretendido. A resposta nunca deve ser dada de imediato. O segredo do entendimento está justamente em percorrer todo o caminho até o resultado final. O professor dará as coordenadas conduzindo assim a classe para que cheguem ao objetivo proposto. O raciocinar é a alma do entendimento. Quando o professor sente que os alunos estão ficando entediados, que a participação está diminuindo, é chegado o momento de ?surpreender? a classe. Faça com que todos levantem. Aplique uma dinâmica ou dê comandos para que exerçam uma seqüência lógica corporal. Ex.: Cada aluno deverá ficar de pé ao lado da sua cadeira e o professor dará dois comandos como bater palmas e em seguida estalar os dedos. Conta então até três e pede para que todos façam nesta ordem. Em seguida aumenta o comando: bater palmas, estalar os dedos e dar um pulo no lugar. Pede então para que repitam. Pode então aumentar mais um comando ficando assim: bater palmas, estalar os dedos, dar um pulo e girar 360°. Combinados todos os comandos é só dar início à seqüência sem interrompê-la. Este tipo de ?intervalo? trará novamente a atenção dos alunos, fazendo com que se sintam motivados, revigorados e você conseguirá novamente o interesse e a participação de todos.
O professor deverá ter sempre uma ?carta na manga? para usar quando sentir que a atenção dos alunos está dispersando. Evite falar sempre no mesmo tom, isto é um santo remédio para dar sono. Procure andar pela classe enquanto faz suas explanações, mas não de forma compassada, ritmada. Ande gesticulando, faça com que seus alunos se virem na carteira para ver o que você está fazendo naquele momento. Não importa a idade do aluno, o ficar sentado por muito tempo deixa qualquer um entediado. É por esta razão, que o professor, tem que motivar ao máximo a atenção do aluno, para o assunto que está explicando. Esta motivação se dará pela forma como está sendo exposta, fazendo com que o aluno fique tão interessado que venha a esquecer todo o resto.
Numa aula interessante não há conversa paralela, não há aluno absorto e muito menos bagunceiro. Todos estes comportamentos, do professor para com o aluno, são demonstrações de respeito, de consideração, de carinho, assim sendo, o aluno sentirá prazer pelo aprender, pela matéria e conseqüentemente pelo professor.
Com certeza, o índice de entendimento será muito elevado. O professor sempre teve uma enorme vantagem sobre o aluno, mas poucos se lembram disso - o aluno nunca foi professor, mas todo professor já foi aluno. É só se lembrar daquele professor que foi muito especial, e se inspirar! Sabemos que não há uma fórmula mágica para sermos bom professor, mas sabemos que há uma magia que vive dentro de cada um de nós.
É só abrirmos a porta e deixarmos ela fluir.
Boa aula!